Quando toda a gente olhava para o Gerês, o urso-pardo ia descendo das Astúrias e aproximando-se de Montesinho.
Não falta quem veja neste retorno uma nova oportunidade para o interior do país. O urso, bem vistas as coisas, é um bom negócio.
Por estes dias ainda estão em hibernação – os ursos saem das covas em maio, quando as flores das árvores já se transformaram em fruto.
A maioria permanece na zona onde nasceu, mas alguns avançam para sul, movendo-se de noite, de esconderijo em esconderijo.
Caminham em quatro patas, em média dez quilómetros por dia, numa grande marcha por território e alimento.
E vão caminhando, lentamente. Os ursos avançam a passo firme.
E avançam para Portugal.