ARRANCA NOVO PROJECTO CRIAÇÃO VACINA PARA COELHO-BRAVO ADMINISTRADA EM RAÇÃO



A criação de uma vacina passível de ser administrada a coelhos-bravos no campo é algo há muito ambicionado por gestores cinegéticos e gestores de fauna selvagem em geral.

Sendo ineficiente a vacinação por via injetável (pelo reduzido período de imunidade que cada administração confere aos animais, associado à dificuldade de recapturar o mesmo animal subsequentemente, para administração de novas doses) sempre se ambicionou pela criação de uma vacina que pudesse ser administrada na comida (ração), com elevado grau de segurança e facilmente administrada a populações silvestres de coelho-bravo.

Isso mesmo é o que pretende fazer a equipa multidisciplinar do INIAV, Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, IBET e Universidade de Évora, como Projeto FIGHT 2 – “Desenvolvimento de vacina edível para o controlo da doença hemorrágica viral (RHDV2) nos coelhos-bravos”, com financiamento aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no âmbito do concurso com o Aviso Nº 02/SAICT/2017.

A Equipa Técnica do FIGHT2, coordenada pela Dra. Margarida Duarte do INIAV, contará ainda com a colaboração das OSC de 1.º Nível (ANPC, Fencaça e CNCP), o ICNF, a DGAV e a IACA, parceiros do Grupo de Trabalho + COELHO e membros do Centro de Competências para a Caça e Biodiversidade.

O projecto FIGHT2, com a duração de 3 anos, teve o seu arranque formal no passado dia 7 de Janeiro, com a primeira reunião de trabalho da equipa técnica e apresentação das principais linhas de ação e metas, às demais entidades que irão colaborar para o sucesso deste projecto, entre as quais a ANPC.

A colaboração de diversas entidades e projectos complementares revelar-se-á essencial para que se consiga chegar a um bom resultado, sendo que infelizmente teremos que aguardar pelo longo processo de desenvolvimento da vacina de forma a abarcar várias estirpes da DHV, de forma a poder ser rapidamente alterada caso surjam novas variantes, bem como todos os testes laboratoriais e testes de campo, visando a sua aprovação por fim pelas autoridades competentes, para que seja possível a sua passagem a fase de produção industrial e comercialização.

Antevê-se assim 3 anos de intenso trabalho desta equipa, desenvolvendo-se em paralelo, no âmbito do projecto +COELHO, testes com rações (palatabilidade, rações medicamentosas com desparasitantes, etc.), recolha de amostras em coelhos caçados e encontrados mortos para tipificação de vírus em circulação, ensaios de cercados de reprodução e adaptação, monitorizações populacionais, etc..

Apesar das boas notícias, estando-se a trabalhar intensamente para resolver os problemas que afetam as populações de coelho-bravo em Portugal, só teremos algo de palpável dentro de 3 anos pelo que, até lá, importa continuar todo o trabalho de gestão das populações e dos habitats, e a gestão criteriosa das populações de raposa e saca-rabos, para além do esforço de caça em cada época.

Fonte: ANPC



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