Ataques de cães disparam em Portugal com canis lotados



As autarquias não conseguem recolher mais animais nas ruas devido à aprovação da lei que em 2016 proibiu o abate de animais para controlar a sobrepopulação animal. Veterinários alertam para os riscos para a saúde pública e avisam que o problema vai piorar. GNR já registou mais ataques no primeiro semestre do que em todo o ano de 2017.

Os ataques de cães estão a disparar em Portugal devido aos canis lotados em todo o país, avança o Jornal de Notícias esta quinta-feira, 22 de agosto. A GNR registou 287 casos no primeiro semestre deste ano, quase tantos como em todo o ano passado, quando foram registados 316 ataques, e mais do que os registados em 2017 (253).

As autarquias não conseguem dar resposta para recolher os animais nas ruas, depois da aprovação da lei que em 2016 proibiu o abate de animais como forma de controlar a sobrepopulação animal.

“O número de animais que recolhemos atualmente nos CRO [Centros de Recolha Oficial] inviabiliza qualquer solução que não passe também pelo abate. Todos os CRO estão no presente momento com a capacidade lotada. Os munícipios não estão a recolher”, com os animais a acumularem-se nas ruas, denuncia Ricardo Lobo da direção da Associação Nacional de Médicos Veterinários dos Municípios. A lei de 2016 “não de adequa à realidade”, disse este responsável à JN.

Matosinhos é um dos locais onde a situação é alarmante. “Há episódios de ataques a pessoas e bens. Temos perto de uma centena de animais assilvestrados, agrupados em 10 ou 11 matilhas, que se vão reproduzindo. Se não tivermos cuidado, podemos ter uma situação incontrolável”, afirma o vereador Correia Pinto.

Já a Ordem dos Veterinários alerta que o atual problema vai demorar vários anos a resolver. “Não se resolve em um, dois ou três anos, vai demorar mais tempo”, segundo Sónia Miranda da direção da Ordem dos Veterinários.

Para o futuro, a responsável teme que o problema venha a agudizar, alertando que “é fácil calcular que o crescimento é exponencial”, criando mais problemas à saúde pública.

Fonte: JN



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