Em finais de 2012 foi detetada, em Mértola, uma nova variante da HemorrágicaCoelho Viral (DHV), da qual resultou uma elevada taxa de mortalidade de coelho-bravo (atingiu os coelhos adultos e jovens -quando a hemorrágica víral até à data conhecida somente matava coelhos adultos) e para a qual não existe vacina.
Este brote confirmado na região de Mértola – já detetada em França em 2010 e em Espanha em 2011- deixou-nos expectantes, havia que confirmar se se tratava de um caso isolado de reduzida propagação, ou pelo contrário, era elevada a sua taxa de mortalidade e propagação (o que afetaria a população de coelho-bravo a uma escala mais elevada).
Infelizmente o mau cenário confirmou-se. Gestores de zonas de caça do Sul e Centro de Portugal confirmam uma existência de uma elevada taxa de mortalidade de coelho-bravo no último ano (tanto jovens como adultos), tendo muitas já deliberado não caçar a essa espécie na época venatória em curso.
A grande maioria das zonas de caça somente no mês de outubro irá iniciar a caça ao coelho. Aconselhamos os gestores cinegéticos a terem particular atenção na gestão desta espécie no momento de definirem a taxa de abate terão de entrar sempre em linha de conta com a mortalidade adicional ocasionada por esta nova estirpe.
Aconselha-se um apertado controle sobre o estado sanitário da população de coelho-bravo, censos periódicos e ajustes imediatos nos efetivos a abater.
Conhecer a evolução da nova estirpe da Hemorrágica Vírica, e propagação da doença revela-se determinante na hora de definir as medidas mais corretas a tomar. A elevada taxa de mortalidade impõe redobrados cuidados no momento de definir o efetivo de abate para a época em curso.
A FENCAÇA irá dar início a uma campanha de recolha de coelho-bravo afetado pela nova estirpe para que estes venham a ser analisados pelo CIBIO- Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Cinegéticos.
Lamentamos o facto do ICNF, até à data, ainda não ter manifestado a sua preocupação sobre este problema sanitário que afeta o coelho-bravo -a grande maioria da zonas de caça existentes em Portugal- ter iniciado uma monitorização da propagação da nova estirpe e definido um protocolo de atuação destinada a minimizar os impactos negativos. Lamentamos que o dinheiro pago pelas zonas de caça e pelos caçadores não esteja ser reinvestido no setor, num problema sanitário que a todos nos afecta.
Fonte: Fencaça