Eduardo Biscaia, secretário-geral da Federação Nacional de Caçadores e Proprietários, contesta atual política cinegética.



Eduardo Biscaia,  secretário-geral da Federação Nacional de Caçadores e Proprietários, concedeu uma entrevista ao Correio da Manhã, onde comenta o atual estado do setor da caça.

Leia a entrevista abaixo.

Correio da Manhã – Há menos caçadores em Portugal?

Eduardo Biscaia – O número está a reduzir-se de ano para ano. A atividade cinegética tornou-se um bem só para pessoas abastadas. Na última década, o setor caiu a prumo.
Pode quantificar essa redução?
Há 10 anos caçavam mais de 260 mil pessoas. Agora não são mais de 80 mil. Neste período perderam-se cerca de 180 mil caçadores.

A que se deve essa diminuição?
A atual política cinegética tem sido a responsável por esta situação, sobretudo quando acabou com as zonas de caça livre. Os caçadores foram obrigados a associarem-se em reservas municipais ou a afastarem-se da atividade. Muitos caçadores das classes média e média-baixa arrumaram a espingarda porque não têm dinheiro para pagar às associativas.

Esta situação tem provocado prejuízos?
São cada vez mais e para todos os lados, dos privados ao Estado. Os prejuízos rondam os 340 milhões anuais e devem-se não só à ausência de caçadores, como ao menor número de licenças emitidas, reduzida circulação de pessoas e à pouca aquisição de equipamentos. Muitos armeiros e espingardarias foram obrigadas a fechar as portas.

Há formas de inverter a redução do número de caçadores?
O sistema de coutadas deve ser aberto e fiscalizado. É urgente uma nova política cinegética com mais abertura social, reorganizando as associativas e atualizando o número de sócios. Muitas destas zonas de caça têm uma ocupação falsa quanto ao número de caçadores por hectare.



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