Espera Julho 2014 – Relatos



Ontem fui até aos terrenos de Monsanto,Penamacor, a uma reserva onde não se caçava à alguns anos, e desde o momento que entramos na reserva para proceder à colocação dos caçadores, viu-se uma imensidão de lebres e perdizes como não via à imenso tempo, o que desde logo anima qualquer um.

Calhou-me em sorte um palanque em que o cevadouro ficava num descampado mesmo à beira de uma lagoa com um pequeno silvado, e antevi logo a sinfonia de rãs, que se viria a confirmar a noite toda… como detesto rãs!!

Depois de instalado primeira inspecção ao local, e fiquei logo apreensivo com uma coisa… o palanque era de chapa, que em caso de tiro, pobres ouvidos… mas não ia estar sozinho pois tinha um ninho de vespas dentro do palanque, ainda pensei calmamente tentar eliminar a possível fonte de problemas, mas optei por não fazer nada, não fosse falhar alguma e levar uma ferroada.

Varri o terreno diversas vezes com os binóculos para ver se algo se mostrava, e ia trocando mensagens com um amigo que também estava a fazer espera nesta reserva e que foi o responsável por esta deslocação.

As horas foram passando e zero movimentações, até que por volta das 21.30h ouvi uns passos na retaguarda do palanque, mas meio de esguelha vi tratar-se de um corço, que passou a noite toda por ali e me ia deixando de sobressalto. Nova troca de mensagens a informar que já tinha avistado os porcos e que era tudo enorme!!

Cerca das 22h ouvi um tiro, tinha sido o meu colega, nova troca de mensagens e zero… porco evaporou-se…
As horas foram passando e zero, até cerca da meia noite ouvi algo a trotear e apareceu um vulto negro vindo da direita e parecia uma bala direito ao cevadouro, mas de repente trava e volta atrás, rodando até à barreira onde estava instalado o palanque e vindo até mesmo ao pé de mim, e fiquei imóvel sem que me conseguisse virar para atirar… vou ser catado, pensei, mas quando chegou ao pé de mim, parou uns segundos e entrou dentro das árvores passando depois por baixo da rede ovelheira… aguardei um pouco para ver se voltava mas os minutos foram passando sem que este voltasse a dar sinais de vida!

Já estava para desistir quando vejo uma fila indiana de porcos a entrar, comecei a contar e já ia em sete quando o maior deu um ronco e todos desataram a correr, mas entre correrias e brincadeiras voltaram atrás e foram para o cevadouro onde começaram a comer de forma desenfreada.
Peguei na carabina, comecei a ver um a um com a mira e como estavam todos ao molho era difícil distingui-los, até que um saiu e ficou à parte, era claramente maior que os outros, alvo definido, agora era só controlar as pulsações e puxar o gatilho.
Esperei uns segundos e o porco decidiu dar uma ajudar ao pôr-se de lado, sorri por dentro e pensei, já não sais daí!

Mira no porco, dedo no gatilho e lá vai chumbo!

Os porcos desatam a correr e com os ouvidos a zumbir tentei procurar o alvo, carrego no interruptor da lanterna e zero luz… procuro na mala outra lanterna, aponto para o local e zero… nestas horas vem logo à lembrança episódios anteriores onde a confiança foi excessiva que o erro foi monumental.

Meto a cabeça fora da janela para ver se os ouvidos recuperam e varro a zona com a lanterna e ouço a respiração de um porco, mas não vejo o corpo. Saio do palanque vou ao sitio onde o porco estava e lá estavam as marcas do arranque mas sangue zero… mau indicio, contudo comecei a procurar e a cerca de 5/6 metros e mesmo ao pé do silvado um cheiro muito intenso a porco.

Chamados os reforços para ajudar a procurar e depois de ver e rever o local e as proximidades durante mais de meia hora e do bicho nem sinal… Raios!!

Depois foi arrumar tudo e voltar, com a certeza que voltarei!

Apesar de regressar sem porco, vinha imensamente satisfeito pela quantidade de caça que avistei, em especial lebres, numa altura em que o sector atravessa uma crise no que concerne às espécies cinegéticas.

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