No inicio da semana em conversa com um grande amigo, tive conhecimento de um bom javali que tem por hábito “passear” perto de uma lagoa, descendo depois uma encosta em direcção a um olival, tendo já sido a avistado diversas vezes a atravessar a estrada, a ultima das quais cerca das 18.30h.
Como as noites estavam frias, o interesse em fazer a espera refreou, contudo um dia depois tive nova confirmação que o bicho tinha sido visto no mesmo sitio… bem… logo ali decidi que esta sexta feira iria efetuar uma espera para ver se tinha a sorte de ver o tal bicho.
Tratada toda a documentação necessária para a espera, foi combinar com o guarda a hora para me ir colocar ao posto e depois aguardar que chegasse o dia.
Combinamos encontrar-mo-nos às 17h, mas antes de sair consultei o site para ver a meteorologia, e as perspetivas eram de uma noite limpa e com pouco vento, mas pelo sim pelo não, enfiei um casaco polar na mochila.
Chegado ao palanque ainda pude desfrutar de uns minutos de sol e de uma bela paisagem.
Depois foi montar mira, colocar munições, a balaclava e recostar-me a aguardar pela chegada do “passeante”.
Tive ainda oportunidade de ver uma boa entrada de tordos para a dormida nuns eucaliptos perto do palanque.
Quando a noite chegou, uma brisa levantou-se e a temperatura começou a baixar, de tal forma que o casaco de reserva foi logo vestido.
O tempo foi passando e o vento ia dando sinais de instabilidade, tanto soprava com alguma intensidade e nas mais variadas direcções como depois parava.
Cerca das 19h o vento parou, mas continuei a ouvir uns ramos a mexer do lado esquerdo… só podia ser ele! Mas logo o vento voltou e não mais voltei a ouvir ruído.
Passado cerca de 35 minutos, um porco a guinchar interrompe o silêncio, e com a brisa que soprava conseguia sentir o cheiro deles, aí a respiração aumentou, diria mesmo que disparou!
Estava a cerca de 40 metros do local e preparei-me logo para o que surgisse dali, olho na mira a varrer os terrenos à minha frente mas nada… ainda fiz uns alongamentos no palanque para ver se conseguia vislumbrar alguma coisa, mas os porcos tinham ido na direcção contrária!…
Depois o vento aumentou de intensidade e confesso que senti os ossos a gelar e o corpo meio a tremer, e por volta das 22h dei por terminada a espera… fazer o quê?!…
Resta aguardar pela próxima para ver se o desfecho é finalmente favorável ao caçador!