Lebre (Lepus granatensis)



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A lebre pertence à mesma família do coelho, o que se reflecte aliás em algumas semelhanças morfológicas, embora se distinga facilmente pelo maior tamanho (50 a 60 cm), pela cor amarela acastanhada (mais acentuada nas partes superiores), as orelhas grandes, maiores que o comprimento da cabeça e negra na extremidade; outra das características mais notáveis é o grande comprimento dos seus membros posteriores, o que lhe permite adquirir grande velocidade (chega a atingir 60 km/hora); nada bem e trepa sem dificuldades,
Em Portugal ocorre em quase todo o território, sendo geralmente mais abundante na Beira Interior e a sul do Tejo.

Habitat e Alimentação
A lebre prefere os pousios e as terras cultivadas, sobretudo planas, húmidas e pouco cobertas.
É uma espécie herbívora, sendo a base da sua alimentação semelhante à do coelho.

Comportamento e Reprodução
A lebre, contrariamente ao coelho, é um animal solitário e não vive em tocas mas acama, quer em bosques protegidos, quer em terrenos abertos, com vegetação adequada.
Normalmente tem 1 a 3 ninhadas por ano; o período de gestação é de 42 a 44 dias e a ninhada é constituída por 1 ou 2 lebrachos (raramente 3), que nascem já de olhos abertos e com pêlo, sendo amamentados até ás 3 semanas.

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Ordenamento da Espécie
Esta espécie parece ser extremamente vulnerável à intensificação da prática agrícola e, infelizmente, à prática da caça furtiva. Assim:
– Use de cuidados especiais nas ceifas das colheitas, sendo preferível ceifar de dentro para fora ou realizá-las por faixas. É aconselhável a colocação de dispositivos na frente de tractores ou de ceifeiras mecânicas que afugentem os animais escondidos nas searas.
– Não abuse de pesticidas e herbicidas, sendo aconselhável a utilização de produtos com baixa toxicidade para a fauna selvagem.
– É desaconselhável realizar a queima dos restolhos. Caso o faça, é preferível realizá-la por faixas e não em círculos a fim de possibilitar a fuga dos animais.
– Utilize dispositivos (reflectores fixos) que protejam as lebres de acidentes na rede viária, em especial nos caminhos de terra batida.
– Evite que os cães e os gatos vagueiem pelos campos. Estes são uma das principais causas da predação juvenil.
– É indispensável realizar censos das populações de lebres para correcta decisão da sua caça e sentido evolutivo das mesmas. Geralmente realiza-se um censo anual (Agosto/Setembro), sendo tecnicamente correcto, por norma, não caçar mais de 40% dos efectivos recenseados.
– Para evitar possíveis prejuízos em plantações recentes de espécies florestais ou frutícolas, utilize dispositivos de protecção individual nas plantas.

In: Carta de Caçador – Manual para Exame



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