O Tordo-comum é uma espécie cinegética bastante apreciada no nosso país, que devido ao seu tamanho e tipo de voo pode proporcionar belos momentos de caça.
Passa o Inverno em Portugal, onde também nidifica. Nas suas penas predomina o tom castanho, apresentando o peito com tons mais claros malhados de preto. Mede um pouco mais de 20 cm e tem o hábito característico de repetir a frase do canto três a quatro vezes. Nidifica entre Março e Junho, 4 a 6 ovos azul claros com manchas pretas, que são incubados pela fêmea durante 11/15 dias. O ninho é em forma de taça, numa árvore ou arbusto.
Esta espécie pode ser encontrada em todo o Paleártico ocidental e central, nas regiões boreais e no limite da região subártica, ao nosso país acorrem indivíduos da Península Escandinava, Alemanha, Suíça, Polónia e antiga União Soviética (subespécie T. philomelos philomelos), do Reino Unido e Irlanda (subespécie T. p. clarkei) e indivíduos que migrando inicialmente para os Países Baixos, Bélgica e Noroeste de França, deslocam-se em Dezembro/Janeiro até à Península Ibérica.
A migração para Sul começa em Agosto, sendo o período mais forte de Setembro a Novembro. Estas aves chegam à zona mediterrânica em meados de Outubro. Regressam a Norte entre finais de Março e meados de Abril, e ocasionalmente mais tarde. Esta ave migra somente quando é necessário e somente quando as condições são muito adversas, não permitindo deste modo a sobrevivência.
É caracterizado por ter plumagem acastanhada no dorso e pintalgada no peito. Nos flancos
e por de baixo das asas apresenta uma coloração amarela pálida.
Nas áreas de nidificação, defrontamo-nos com uma diminuição no número de casais reprodutores. Julga-se que devido não só à progressiva perda de habitat (diminuição na quantidade de pequenos bosques e sebes, de orlas e no aumento do uso de pesticidas), mas também à diminuição de alimento.
Reproduzem-se nas florestas de coníferas ou de caducifólias. Devido á diminuição das zonas florestais os tordos têm-se deslocado para pequenos bosques e alguns parques situados nas cidades. Durante o Inverno é visto em zonas onde o estrato arbóreo é menor e zonas de menor altitude.
Construídos pelas fêmeas os seus ninhos têm forma de taça, são revestidos por líquenes, musgo e folhas e estão geralmente encostados ao tronco por entre os ramos e raminhos. A fêmea é a responsável pela incubação dos ovos mas ambos os progenitores alimentam as suas crias, mais ou menos durante três semanas após a eclosão. Reproduzem-se entre Abril e Junho, dependendo da época de migração. Durante a época de reprodução, o macho que atrai a fêmea com o seu canto, delimita o seu território defendendo-o de forma hostil da presença de intrusos.
Os juvenis atingem a idade adulta ao fim de um ano.
Procura alimento debaixo de árvores e arbusto, a sua dieta é muito variada, sendo maioritariamente constituída por invertebrados, alimenta-se também de frutos (a azeitona representa um alimento importante para esta espécie). Os caracóis (Gastropoda.) e minhocas (Lumbricus spp.), são dos alimentos eleitos desta espécie.
Sendo considerada uma espécie solitária (à excepção da altura de migração onde podem ser observada em grandes bandos) é vista a alimentar-se em pequenos grupos fora do período de nidificação.
A conservação do mosaico agrícola específico das zonas de nidificação e das zonas de invernada contribuirá para a manutenção das populações desta espécie. Devido a grande parte da população desta espécie ser migradora, só com o esforço de todos poderemos assistir ao seu aumento populacional, contribuindo não só para a preservação da biodiversidade, mas também para que a caça aos tordos continue uma prática regular nos nossos campos agrícolas, beneficiando desta forma a economia das populações rurais onde é praticada.